Estreia do espetáculo “Sísifo: o herói absurdo”

Nos dias 10 e 11 de setembro nossa escola promoveu a estreia do espetáculo "Sísifo: o herói absurdo", com texto de Francisco Miranda e direção de Juan Lobato. As expectativas quanto à estreia foram atendidas, já que todos esperavam uma obra diferente do que estavam acostumados a receber. A questão principal da peça foi o questionamento quanto o sentido da vida e os motivos da existência.

Em entrevista concedida ao nosso jornal, Francisco Miranda, autor do espetáculo declara que a “peça trata da vida de um rapaz apaixonado pela a sua amada e que quase chega a cometer o suicídio por conta de sua mulher ter morrido. A peça questionou o sentido da vida, atitude que muitas vezes não praticamos no nosso dia-a-dia”, afirma.

 Entre os elementos mais interessantes do espetáculo, temos o quase suicídio, a dança e o beijo entre Sísifo e Tânatos e a disputa entre Zeus e Ares. Para a maioria estes foram os momentos mais surpreendentes do espetáculo.

Entrevistamos atores, alunos, diretores (da escola e da peça) e professores para saber o que acharam da peça e a repercussão da mesma. A opinião da nossa comunidade escolar é muito importante para sabermos como receberam a estreia do espetáculo.

Jefferson Reges, diretor da escola, 42 anos (interpretou Hades na peça)

Como foi para você fazer esse papel?

Foi uma novidade fazer o vilão Hades, para mim foi uma experiência nova e difícil porque nunca interpretei um vilão, sempre que possível faço personagens neutros e quase todos relacionados à comédia. E desta vez decidi encarar este personagem.

Como foi a experiência de trabalhar com o grupo de teatro?

Eu achei muito bom primeiro por eles não serem atores profissionais e terem se dedicado muito. Eu suguei deles muita energia e deixei com eles um pouco da minha experiência, fazendo assim uma troca, e isso foi muito bacana. Deixei com eles a minha experiência e deles recebi alegria e energia.

Como é para você ver esses eventos acontecendo no colégio?

Eu me sinto muito realizado como pessoa, como ator e diretor porque isso aqui enriquece muito por estar interligado a outras coisas, como o projeto da Educação Integral, o Jornal Escola, o blog. Acaba envolvendo também toda comunidade escolar, os funcionários, os professores e é essencial essa participação.

Jonathan Morais, estudante de Psicologia, 18 anos (interpretou Zeus)

Você já tinha experiência com o teatro? Como foi para você fazer esse papel?

Eu participo desde a 8ª série de projetos na escola e já atuei em outra peça chamada “A bolha”. Gostei muito de ter sido chamado para participar da peça, foi algo muito especial para mim.

Qual a cena que você mais gostou de interpretar?

Eu gostei muito de todas, mas a cena que eu disputo com Ares em que ele liberta Sísifo é muito boa. Não consigo nem descrever a experiência de atuar com o Jefferson, foi um grande aprendizado para mim.

Jessica Evangelista, estudante (interpretou uma figurante)

Como foi fazer este papel? Já possui outras experiências como atriz?

Eu já fazia peças teatrais desde a 8ª série, mas não tão grandiosas como o projeto Sísifo. Esse projeto para mim serviu de início para a minha carreira, porque eu acho que vou fazer igual o Juan, quero cursar artes cênicas. Para mim foi maravilhoso atuar, eu já conhecia o pessoal e passei a ter mais intimidade com o elenco.

Juan Lobato, estudante de artes cênicas, 23 anos (diretor da peça e interpretou Sísifo)

Quais as técnicas e os recursos utilizados para a realização do espetáculo?

Eu sempre gosto de inovar quando eu faço alguma coisa, gosto de fazer algo para impactar e com essa peça não foi diferente. A idéia de quebrar as 4 paredes no teatro  e  estabelecer a relação com o público acontece justamente quando você faz dois cenários no palco. No início não gostei muito da ideia, tínhamos outra proposta e no meio do processo de ensaio eu resolvi mudar e criei essa técnica. Ficou legal, fomos adaptando as ideias e eu gosto de fazer sempre algo diferente, que quebre o teatro convencional.

Como está sendo para você trabalhar com jovens amadores?

É uma experiência que eu já tenho, pois eu trabalho aqui há dois anos no colégio e faço montagem com as turmas desde o ano passado. Eu gosto mais de trabalhar com alunos do que com atores profissionais, porque são garotos jovens, tem alegria de viver e não tem muita experiência. Mas estamos aqui para passar essa experiência, conhecer um pouco do mundo do teatro, vivenciar outras coisas a partir disso e eu busco sempre passar aquilo que eu sei.

E como ator, como foi para você fazer esse personagem?

Sísifo não tinha um certo limite e isso era importante, ele era um personagem que curtia a vida, sem nenhum pensamento do que vai acontecer ou o que pode acontecer e esse foi o erro dele na minha opinião.

Rone da Silva, professor de Educação Física, 39 anos

O que você achou do espetáculo?

Achei interessante, foi mais uma oportunidade que alunos e professores tiveram para divulgar o trabalho que é feito na escola, a participação do público, da plateia também foi interessante e eu gostei muito.

Wendel Araújo, estudante, 17 anos
   O que você achou do espetáculo?

O espetáculo abordou um caráter bem filosófico, diferente das outras peças apresentadas aqui na escola, pois não aborda um tema social comum que geralmente acontece. Ele engloba mais um momento de reflexão para as pessoas poderem analisar as suas atitudes, rever as suas vontades, a verdade na qual ela vive e o que ela acha sobre a sua vida, sobre modificações para seu próprio futuro. É uma perspectiva dela parar para pensar naquilo que ela está fazendo e tentar buscar uma coisa melhor pro seu futuro, almejar outro caminho .

E você adquiriu algum conhecimento sobre o que foi abordado?

Com certeza, eu aprendi muito com a frase “É preciso reinventar o amanhã”, e está aí o desejo de você mudar, parar para pensar na sua vida e quebrar a rotina, modificar o que você faz. Eu trouxe essa relação e algumas atitudes para a minha vida, pois achei que deveria melhorar de um dia pro outro e passei a buscá-las, igual foi dito, se você quer reinventar o amanhã é preciso começar agora.

Como podemos perceber o espetáculo foi um sucesso. Estima-se que 900 pessoas compareceram no último fim de semana para assistirem ao espetáculo. Agradecemos a participação de todos que contribuíram para a matéria e também aos que vieram prestigiar a estreia. Informamos que neste domingo, dia 18, teremos mais duas apresentações na escola. A primeira acontecerá às 17h e a segunda às 19h. Os ingressos já estão à venda no valor de R$5,00. Contamos com vocês.

Por Heidiany Mendes (8ªD) e Viviane Stefane (3ºC)

*As alunas participam do Jornal-Escola e foram sorteadas para cobrir o espetáculo. Ambas fotografaram, fizeram as entrevistas e escreveram a matéria.