segunda-feira, 29 de agosto de 2016

TEMA - O pensamento ético filosófico: da Grécia Antiga à Idade Contemporânea (Prof. Francisco)

CENTRO EDUCACIONAL 06 DE CEILÂNDIA
PROF. FRANCISCO A. MIRANDA
C. CURRICULAR: FILOSOFIA
TEMA - O pensamento ético filosófico: da Grécia Antiga à Idade Contemporânea

Atividade Avaliativa de Pesquisa

Observações fundamentais:
01.       [Na primeira linha] - Escreva o seu nome completo sem abreviação, seguido pelo número, série, turma e turno. (Ex. Francisco Alves de Miranda, Nº 01, 2º A), em seguida - [segunda linha] - escreva o título do trabalho (caderno) – O pensamento ético filosófico: da Grécia Antiga à Idade Contemporânea.
02.       O trabalho é individual e deve ser escrito no caderno (contendo perguntas e respostas).
03.       As perguntas e respostas devem ser escritas à caneta de tinta cor azul ou preta. Perguntas de uma cor e respostas de outra.  O valor do trabalho (1,0) um ponto.
04.       Data de entrega – [26-30/09/2016].
05.       A entrega do trabalho corresponde ao dia da Primeira Aula exclusivamente.
06.       Caso esteja impedido de comparecer a aula, favor apresentar atestado médico correspondente ao dia da entrega, ou, em último caso, pedir a um familiar ou colega para trazer e apresentar o seu caderno conforme data prevista. 
07.       Todas as questões devem ser respondidas, caso contrário, não será aceito (o trabalho).
08.       Observe a quantidade de linhas (não será permitida quantidade inferior ao número solicitado). Faça a enumeração das linhas. Exemplo: 01, 02, 03 em diante.
09.       Cópias [trabalhos idênticos] não serão permitidas. Por garantia não revele sua fonte de pesquisa e, tampouco, partilhe o seu caderno. As redações serão lidas em sala. 

Na história da humanidade, a reflexão filosófica sobre a ética sempre esteve presente em todas as sociedades e culturas. Ainda que não se concentrasse em um corpo organizado de princípios teóricos racionais, os valores morais já prescreviam a identidade de um ethos na história. Essa forma do saber ético, como um saber tradicional encontrado nas primeiras civilizações, prescreveu as categorias fundamentais da ética filosófica.
A Ética, que é a ciência da moral, buscou orientar a conduta do homem como um ser integrante de um Estado, de um Cosmo e de um grupo social-religioso. Essa ciência estendeu sua reflexão axiológica ao se direcionar às ciências particulares e técnicas que hoje, no século XXI, ampliou o quadro de discussões para a legitimação das normas morais, a fim de conceder um melhor convívio nos grupos sociais e planetário.
A importância da ética filosófica numa pesquisa científica concerne a uma trajetória do pensar e do agir do homem em todos os tempos. Ela expressa não somente os anseios e problemas oriundos de cada época, mas expressa a organização política, social e religiosa de uma cultura e nação. O “comportamento moral é próprio do homem como ser histórico, social e prático, isto é, como um ser que transforma conscientemente o mundo que o rodeia”. Com isso, o estudo da ética, fundamentado na filosofia, proporciona o conhecimento holístico do ser humano, como ser de ação, racional e social.
A Ética filosófica sempre procurou orientar e encontrar soluções para os problemas básicos das relações entre os homens. Desde a Grécia Antiga à Contemporaneidade, a Ética foi discutida, elaborada e referenciada por muitos filósofos. Sócrates racionaliza a Ética e preconiza uma concepção do bem e do mal e da areté (da virtude). Em Platão, a Ética ganha fôlego na política a partir de uma concepção metafísica e da sua doutrina da alma. Assim como Platão, Aristóteles fala do homem político, social, condenado a viver na polis. Para o estagirita, o homem deve cultivar a “justa medida”, que é o compêndio das virtudes éticas, pela qual são administrados os impulsos e as paixões. A justa medida “se traduz em um habitus e, portanto, constitui a personalidade moral do indivíduo. Aristóteles teoriza deste modo a máxima dos gregos: ‘Nada em demasia’”.
Com a decadência dos Estados gregos, a reflexão da ética filosófica toma novas direções: de uma moral da polis para uma moral do universo. Assim, o estoicismo (representado por Sêneca e Epitelo) e o epicurismo (por Epicuro e Tito) tomam a natureza (a física) como referência para a moral.
Para o estoicismo, Deus é a “razão final” do Cosmo. Nada acontece que não esteja determinado por ele. E é para ele que todo indivíduo é destinado. Portanto, “o bem supremo é viver de acordo com a natureza, ou seja, de acordo com a razão”. Os epicuristas acreditam que o átomo é o grande ordenador de tudo quanto existe. O homem é protagonista de sua vida, pois não há determinações divinas em suas ações. Por isso, o “bem viver” se resume na procura do prazer espiritual.
Na Idade Média, preconizada pela ruína econômica política da sociedade, a religião cristã sustenta a “unidade social” deste mundo diluído e exerce um poderio religioso-moral que irá conduzir à reflexão intelectual desta época. A filosofia cristã se baseia nas verdades reveladas para estabelecer o princípio regulador do parâmetro ético. Se antes a referência da moral era a polis (para Aristóteles), o universo (para os estoicos e os epicuristas), agora Deus é a suprema verdade onde tudo é orientado para ele: a moral e a perfeição. Ainda que a filosofia estivesse a “serviço” da Teologia, como se acreditava, Agostinho e Tomás de Aquino resgatam a Filosofia Grega em suas vertentes platônica e aristotélica e submetem-na a um processo de cristianização.
A ética de Agostinho foi desenvolvida por uma ideia teológica nas categorias de ordem e de fim. É o marco de uma primeira reflexão filosófica cristã. A ordem é atribuída em um significado ontológico e ético que se articula à ideia de fim. Portanto, a ordem é o elemento que conduz o homem ao fim último: à plena realização. Tomás de Aquino foi influenciado por esta ideia agostiniana, e procurou desenvolvê-la na ideia de ato, pela qual se dá a perfeição do ser em sua ordem. Na Suma, Tomás de Aquino estrutura uma abordagem ética prescrita por três expoentes conceituais: a estrutura do agir ético, a estrutura da vida ética e a realização histórica da vida ética.
Na Modernidade, a Ética se estrutura dentro de uma corrente Racionalista. O homem torna-se o centro das reflexões, enquanto que a religiosidade perde prestígio diante da ciência moderna, como as ciências desenvolvidas por Galileu e Newton. O termo modernidade pode ser identificado em várias épocas, porém numa vertente conceitual da Razão, pode-se entender uma “sucessão de modernidades”, desde a Jônica no séc. VI a.C. Isto leva a situar este marco no séc. XVII, resposta da “revolução científica galileiana e das evoluções filosóficas protagonizadas por Descartes e Hobbes, que emergem das longas preparações medievais e renascentistas”.
Na história da ética, o paradigma mecanicista conduzirá o pensamento ético até a filosofia kantiana da moral. A filosofia e a ética moderna “nascem para pensar a constituição e a estrutura cognoscitiva do sujeito capaz de assumir o novo destino histórico da razão, e de pensar a natureza da realidade”: o dever ser. Descartes (1596-1650) foi o primeiro filósofo moderno a escrever sobre a ética. Na ética antiga, o ethos é autônomo frente às aspirações do indivíduo, ao passo que na ética cartesiana, o ethos é racionalizado por um sujeito pensante.
Descartes abre o caminho para o “eu pensante”. No Discurso do Método, desenvolve questões que problematizam a reflexão ética “na proposição de uma morale par provision como norma de vida”. Em Kant, a ética filosófica atinge o seu auge: parte da concepção de um factum da moralidade, em que preconiza um sujeito individual, livre e autônomo. A “máxima” de seu postulado ético está no imperativo categórico: “age de maneira que possas querer que o motivo que te levou a agir se torne uma lei universal”. Para Hegel, “o Espírito é o indivíduo que constitui um mundo tal como ele se realiza na vida de um povo livre”. O ambiente social está constituído por uma Consciência que postula seus valores normativos. Estes valores, compreendidos na autoconsciência, compõem os elementos “ditos” para um indivíduo, ou seja, o Espírito circunscrito numa dimensão social.
A ética filosófica no mundo contemporâneo é instaurada por três paradigmas éticos: o Empirismo, voltado para a análise do psiquismo humano, de predominância do individualismo; o Racionalismo, iniciado por Descartes e desenvolvido na ótica de uma moral racional de domínio da natureza; e o Historicismo, de tradição alemã, “da qual o ethos é uma forma fundamental, o campo privilegiado para o exercício da reflexão ética”. Todos estes modelos contrapõem a Ontologia tradicional, entendida numa ideia metafísica do postulado ético-moral.
Os chamados “mestres da suspeita”, Marx, Nietzsche e Freud, põem em relevo a ética filosófica tradicional construída nos moldes da metafísica. A reflexão ética toma um novo direcionamento: desenvolvido em um pathos da economia para Marx; na cultura para Nietzsche; e no psiquismo para Freud. Novas influências marcam a ética do século XX: a hermenêutica de Heidegger fundada na existência humana, sobretudo com a colaboração de Gadamer na “experiência hermenêutica” e de Ricouer na “codificação dos símbolos”. Edmund Hussel funda uma análise fenomenológica construída na Fenomenologia da “intencionalidade”. E Sheler desenvolve a análise fenomenológica numa vertente personalista.
Com efeito, a ética contemporânea, que se instaura em contraposição ao formalismo e ao racionalismo abstrato de Kant e de Hegel, institui novas correntes que irão fundamentar o tratado ético-moral no mundo atual: para Kierkegaard, o pai do Existencialismo, a ética ocupa um estágio inferior e o homem perde a sua subjetividade. Em Sartre o homem é total liberdade, mas as escolhas não acontecem de forma arbitrária, pois uma decisão remete a um contexto social. Nos Estados Unidos, o Pragmatismo (S. Peirce é o principal representante) toma força e se difunde como filosofia do êxito e do útil. Freud (o fundador da Psicanálise) torna possível fazer um juízo moral de uma ação, ao avaliar o nível de consciência do indivíduo. No Marxismo, as teorias filosóficas da ética esboçada até aqui são colocadas em xeque. E na Filosofia Analítica (também no Neopositivismo), Moore destrói a concepção metafísica da ética em busca de uma linguagem moral.
Com o programa da linguagem moral, dois outros modelos filosóficos surgem na filosofia atual: o positivismo lógico, que marca a neutralidade moral da ciência, e a filosofia de Wittgenstein, precursora da metaética do discurso ético e moral. A segunda corrente a se instalar na linguagem moral foi a ética do discurso, desenvolvida por Karl-Otto Apel e Jürgen Habermas. “A ética reivindicada em toda parte ancora dificilmente suas normas e valores em um lugar que os funde e os justifique”. Pois, diante do desenvolvimento técnico científico do mundo contemporâneo, qual o papel da ética filosófica? Como a reflexão ético-moral pode atuar em um mundo marcado pelo vazio ético, pela crise de fundamentos e pelo niilismo?
Evidencia-se, então, que o tratado sobre a Ética filosófica sempre exerceu um marco central na vida humana social e política, e se torna ainda mais eloquente diante das vicissitudes do mundo contemporâneo.

Atividade proposta:
01.  Qual o sentido da palavra ética, ethos e mores? Estabeleça uma relação entre estes três termos, isto de forma dissertativa e argumentativa [em 25-30 linhas obrigatórias e faça a contagem de linhas].
02.  . Qual o sentido de ética para Sócrates, isto é, como esse filósofo deixa transparecer o sentido de ética? Tem a ver com o seu método (que corresponde a ironia e a maiêutica)? [Pesquise a respeito e faça suas anotações em 25-30 linhas obrigatórias e faça a contagem de linhas].
03.  Qual o sentido de ética para Platão? Tem a ver com a ideia de bem, de justiça, de verdade? Qual a relação que se pode estabelecer entre o conceito ético e a alegoria da caverna proposta pelo mesmo filósofo? Disserte de forma argumentativa a respeito desse assunto em 25-30 linhas obrigatórias e faça a contagem de linhas - [Essa questão será lida em sala – aleatoriamente]. Importante: é aconselhável que você consulte livros ou sites a esse respeito antes de responder.
04.  Qual o sentido de ética para Aristóteles? Tem a ver com a felicidade? Com o sumo bem? Com o Estado? Com a ação política? Como o ser humano se efetiva verdadeiramente e onde? Disserte de forma argumentativa a respeito desse assunto em 25-30 linhas obrigatórias e faça a contagem de linhas - [Essa questão será lida em sala – aleatoriamente]. Importante: é aconselhável que você consulte livros ou sites a esse respeito antes de responder.
05.  Qual a distinção entre ética propriamente dita e ética cristã para o homem medieval? [Pesquise e faça suas anotações em 07-10 linhas].
06.  Qual a distinção entre ética e política para o homem moderno? [Pesquise e faça suas anotações em 07-10 linhas].

Questões contextualizadas:

Texto 01: Pega ladra (Gabriel O Pensador)

“- Vossa Excelência, agora explique, mas não complique!\ - Vossa Excelência, eu já expliquei! Eu não vi essa lista.\ Eu afirmo com a mais absoluta certeza e sinceridade\ Que eu nunca vi essa lista! \Não sei dessa lista, não quero saber e tenho raiva de quem sabe!\ Quem disser que eu vi essa lista é um mentiroso, vai ter que provar! E se provar, vai se ver comigo!”\ Pega ladrão! No Governo! [...] No Congresso! [...] No Senado! \ Pega lá na Câmara dos Deputados! [...]\ No Palanque! Pega ladrão! No Tribunal!\ [...] A miséria só existe porque tem corrupção!\ [...] Pega, pega ladrão! Tira do Poder, Bota na prisão!\ [...] Aqui tem gente honesta\ Mas no poder é que tem gente que não presta\ [...] A miséria só existe porque tem corrupção!\ [...] “Eu fui eleito e represento o povo brasileiro.\ Confie em mim que eu tomo conta do dinheiro”.\ [...] “- Tá vendo essa mansão sensacional?\ Comprei com o dinheiro desviado do hospital.\ - Ah! E o meu cofre cheio de dólar?\ É o dinheiro que seria pra fazer mais uma escola.\ - Precisa ver minha fazenda! Comprei só com o dinheiro da merenda!\ - E o meu filhão? Um milhão só de mesada!\ E tudo com o dinheiro das crianças abandonadas.\ - E a minha esposa não me leva à falência\ Porque eu tapo esse buraco com o rombo da Previdência.\ [...] “Todos que me conhecem sabem muito bem que eu não admito\ O enriquecimento do pobre e o empobrecimento do rico”.\ E você, que nasceu nesse país\ E que sonha e que sua pra ser feliz\ Você presta atenção no que o candidato diz?\ Ou cê vota em qualquer um, seu babaca?\ E depois da eleição você cobra resultado?
Ou fica ai parado de braço cruzado?\ Cê lembra em quem votou pra deputado?\ E quem você botou lá no Senado? [...]\ “- Como vocês suspeitavam, eu realmente vi essa lista.\ Eu vi, mas não li. E digo mais, eu engoli.\ Pra que ninguém lesse também. E foi com a melhor das intenções.\ Burlei a Lei, mas com toda honestidade!\ - Vossa Excelência engoliu a lista?\ - Bem, eu a coloquei para dentro do meu organismo, num lugar seguro e escuro.\ De modo que pra todos os efeitos,\ Sendo assim desta maneira, eu me reservo ao direito\ de não dizer nada mais. Tá tudo publicado nos anais.\ - Mas ontem o senhor falou que não viu a lista.\ Hoje o senhor fala que viu a lista. E amanhã o senhor...\ - Ah! Amanhã ninguém lembra mais!\ E o caso da lista vai entrar prá lista dos casos,\ Os casos que ficaram pra trás...” (Adaptado de: Gabriel, O Pensador. Disponível em: https://www.vagalume.com.br/gabriel-pensador/pega-ladrao.html. Acesso em: 20 ago. 2016).

07.  Importante ressaltar desde já que a letra de Gabriel, O Pensador não é um tratado ético, logo, não implica uma afirmação ao pé da letra sobre a realidade brasileira. Outrossim, é um pressuposto reflexivo, portanto, você pode e deve opinar a respeito, ou seja, posicionar-se perante a provocação do músico. Frente a isso, qual o seu parecer sobre a atual situação política brasileira? É tão caótica quanto a sugerida pelo O Pensador? Ou essa é uma visão fantasiosa? Disserte de forma argumentativa a respeito desse assunto em 25-30 linhas obrigatórias e faça a contagem de linhas - [Essa questão será lida em sala – aleatoriamente]. Importante: é aconselhável que você consulte livros ou sites a esse respeito antes de responder.

Texto 2: Ética e política
“Ética é um dos grandes capítulos em que se divide o pensar do ser humano desde os primórdios da filosofia, na Grécia Antiga. E desde essa origem a ética teve e tem uma íntima ligação com a política, chegando mesmo a uma quase identificação naquele momento da Antiguidade. É que ética é um conceito Iminentemente ligado ao coletivo seja esse coletivo a corporação (o caso das éticas profissionais), a nação ou a humanidade (onde se colocam todas as questões dos direitos humanos). Assim é que a filosofia política foi sempre tratada dentro do grande capítulo da ética que, com a física (e a metafísica) e a lógica, compunham o quadro geral da filosofia na Antiguidade.
O conceito de ética é também algo estreitamento vinculado ao sentimento dos povos, ao seu modo de viver e aos seus costumes, como indica a raiz grega da palavra (ethos), e tem naturalmente evoluído no seu conteúdo, como evoluem esses costumes ao longo do tempo e da história. As éticas de hoje são em vários aspectos profundamente diferentes das antigas, e a forma de encarar a escravidão é provavelmente o exemplo mais conspícuo dessas diferenças que abrangem muitos outros aspectos relevantes. Os antigos não conheciam, por exemplo, nenhuma ética da humanidade e um dos seus princípios de virtude era o de fazer o mal aos povos inimigos.
Quanto à política, a sua ideia se desdobra em dois conceitos diferentes que convivem quotidianamente na opinião dos cidadãos e na motivação da ação dos políticos: um é o de que a política, a mais nobre das ocupações humanas, é o empenho na realização do bem comum, do bem da coletividade ao qual se aplica como a um propósito final; é a concepção de Platão e de Aristóteles, dos filósofos pregos que a explicitaram na sua polêmica de afirmação da filosofia (que se confundia para eles com a política), contra o pragmatismo dos sofistas e dos retóricos que ensinavam a linguagem eficaz para o manejo das assembleias e das funções políticas. O outro é o de que a política é a arte e a sabedoria de conquistar e de manter estável o poder; o fazer o bem; nesta visão, não é propriamente um fim, mas um meio de ganhar o apoio dos cidadãos para a conservação e a estabilização do poder, empregado em paralelo com outros meios também válidos, como o marketing, o controle da mídia, o clientelismo, o populismo e até mesmo a mentira, a violência e a corrupção. Este é o conceito derivado das interpretações mais correntes dos conselhos de Maquiavel e é o que melhor se enquadra nas concepções da ciência política moderna, entendida a ciência como conhecimento neutro, isto é, destacado de qualquer consideração de natureza ética.
Ambos os conceitos são correntes no mundo e nos tempos, tendendo a prevalecer, no geral, o ‘realismo’ do segundo. Assim é que, entre nós, contemporaneamente, a virtude mais popular da política é a esperteza, que a linguagem simples tem chamado de ‘jogo de cintura’, juntamente com a coragem, macheza ou ousadia; qualidade das quais nasce a confiança no político, como alguém capaz de bem dirigir o povo com pulso e habilidade. A ideia do bem, entretanto, estará sempre presente e importante, a fazer a crítica permanente do pragmatismo, impedindo o poder de violar certos limites ditados pela ética e levando-o mesmo a fazer concessões a muitas de suas postulações, ainda que vistas frequentemente como românticas ou quixotescos. E o propósito do bem, a sua busca pela política, tende a ganhar dimensão de hegemonia nos momentos de crise grave que abale os fundamentos éticos da sociedade, gerando verdadeiros momentos revolucionários que operam profundas transformações político-sociais.
As relações da ética com a política se dão principalmente em três vertentes, quais sejam, as relações de conflito, as de convergência ou encontro e aquelas que se desdobram numa dialética de condicionamento ou de iluminação” (BRAGA, Roberto Saturnino. Ética e política. Disponível em: < http://www.portalmedico.org.br/biblioteca_virtual/des_etic/3.htm>. Acesso em 20 ago. 2016).

08.  Como o autor define ética e política? Na sua opinião, como deve ser a figura do líder político? Comente sua resposta em (em 05-10 linhas obrigatórias).


Sugestão de Sites:

Referências bibliográficas:
APEL, Karl Otto. Transformação da Filosofia II – O a priori da comunidade de comunicação. São Paulo: Loyola, 2000.
DELACAMPANGE, Christian. História da Filosofia no século XX. Trad. Lucy Magalhães. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1997.
REALE, Giovanni e ANTISERI, Dário. História da filosofia – Filosofia pagã antiga. São Paulo: Paulus, 2003.
RUSS, Jacqueline. Pensamento ético contemporâneo. Trad. Constança Marcondes César. São Paulo: Paulus, 1999.
VAZ, Henrique C. Lima. Escritos de Filosofia IV – Introdução à Ética Filosófica 1. São Paulo: Loyola, 1999.
VAZQUEZ, Adolfo Sánchez. Ética. Trad. João Dell’Anna. 23. ed. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2002.
VILELA, Moreno. Dicionário de pensamento contemporâneo. São Paulo: Paulus, 2000. Acesso pelo BuscaLegis em: 23/04/2009.



[1] Fonte: SILVA, Antonio Wardison Canabrava da. O pensamento ético filosófico: da Grécia Antiga à Idade Contemporânea. Disponível em: < http://www.egov.ufsc.br:8080/portal/sites/default/files/anexos/30555-32164-1-PB.pdf>> Acesso Em 17 ago. 2016.

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