No teatro o real entra em dialética com a fantasia numa simbiose homeostática.
Nossas imaginações são convidadas a irem além do ponderável e o inusitado nos parece palpável e tangível.
O teatro mistura sentimentos, emoções e mexe com nossas almas.Cada palavra dita parece que foi escrita para nos tocar o intocável de nossa alma imaculada.
Quando estamos diante de uma cena do teatro somos deslocados de nossas vidas cotidianas e mergulhamos em um universo que nos remete ao imaginário, a fantasia e inúmeras reflexões.
Tudo é possível no mundo do imaginário teatral,onde cada ator, cada cena, cada som ou jogo de luz , tem um significado real e outro metafórico.Somos convidados a mergulhar nesse contraste de cores, sons,luzes, poesias,dialéticas e metáforas.
Cada ator tem seu papel definido em um espetáculo, mas todos nós que formamos a "plateia da vida", também estamos atuando junto com eles.Cada um de nós temos o nosso próprio "palco da vida" encenando nossa realidade , tristezas , alegrias e esperanças.O teatro nos convida a libertamos de nossa vida e viajarmos num texto cheio de curvas,desafios e surpresas na estrada da vida.
Por trás de cada cena, esconde-se um pouco de cada um de nós.Somos levados a fazer uma reflexâo de qual é o papel nosso em cada existência.Ao nos defrontarmos com um andarilho e seus sonhos e desilusões, nos colocamos diante de um mundo invisível ao nosso redor.Devido a velocidade de nossas atribuições e responsabilidades, muitas vezes não paramos para o observar as cosias simples da vida.
Nas estradas de nossa existência nos defrontamos com a vida e a morte, com a alegria e a tristeza, com o encanto e o desencanto, mas temos que seguir em frente e cada um tem sua própria trilha a seguir.Somos todos andarilhos num mundo com muitos roteiros e andanças.
Os nossos sonhos trilham os caminhos que iremos percorrer.Nas andanças por esse mundo nos encontramos com outros e mais outros andarilhos.A cada novo horizonte conquistado nos deparamos com outro horizonte a ser alcançado.Nossa jornada só termina quando nos transmutamos novamente a outro estado do carbono e partimos deixando para trás nossas pegadas e as reminiscencias de uma existência vivida.
Somos chamados a refletir o que se passou a nossa frente. Essa dinâmica que o teatro nos proporciona é uma experiência impar.Ao mesmo tempo que as cenas vão se desenrolando a nossa frente, podemos sentir a respiração e a emoção de cada um dos atores.Para quem está assistindo uma peça, o contato com a atmosfera do espetáculo ultrapassa o campo da percepção visual e nos arremete ao ato encenado, como se estivéssemos atuando e inseridos naquela catarse de sentimentos e fantasia.
O ator não espera mais do que o aplauso sincero daquele que vivenciou uma jornada simbólica e a dramatização de nossas dúvidas, esperanças, frustrações, inquietações, alegrias e desilusões.O rosto pintado, o olhar generoso e o sorriso largo da missão cumprida é o pagamento para aquele que no palco nos representa e numa enquete de cenas , nos faz refletir o que realmente estamos fazendo na estrada da vida.
O teatro é o eterno ato do se surpreender com a simplicidade daqueles que encenam ilusões e sonhos, um constante vestir e se despir de nossos cotidianos, uma linha tênue entre mundos que se fundem no instante de cada cena e de cada ato.
Nas coisas mais simples da vida, encontramos as mais complexas respostas para nossas existências.
Não levamos nada dessa vida a não ser nossas experiências e os encontros e desencontros de uma existência.O novelo de nossa estrada está a cada dia sendo desenrolado e chegará o dia em que ele irá chegar ao fim.Sorte daqueles que puderam viver essas andanças da vida com simplicidade e arrodeado de amigos e singelas conquistas.Não importa se nessa estrada da vida fomos de primeira classe ou com os pés descalços, o que realmente importa é que todo mundo,de uma forma ou de outra,é um andarilho e se vamos aproveitar esta jornada para agregar valores existenciais e não nos enfeitiçarmos pelo materialismo, isso depende da escolha pessoal de cada andarilho.
A peça A VAGA VOZ DO OCO, foi encenada em nossa escola em várias sessões entre abril e maio,com a grande presença de pais, alunos, ex-alunos, professores e pessoas da comunidade que vieram prestigiar mais um brilhante trabalho teatral da CALANGO PRODUÇÕES e a CIA DE TETRO CIDADE LIVRE.
O texto, direção e música foram de autoria de Mauri de Castro, o figurino ficou sob a responsabilidade de Marta Farias, a sonoplastia e iluminação foi de Gleig de Souza e a produção de Jéssica Wuiner e de Érica Neves.
O elenco foi formado por Euripedes de Oliveira; Jefferson Lobato, Takaiúna Correia e Roger Thomas.
"NOSSA ESCOLA RESPIRA CULTURA E ASPIRA TALENTOS"
Professor Kléber Caverna
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