RESUMO DA OBRA "O CORTIÇO"
ATENÇÃO ALUNOS DOS 2ºs ANOS H, I MATUTINO.-
imprimam...cobrarei esta semana.. 24 a 28/10
Resumo : o cortiço – aluísio azevedo
O
romance segue claramente duas linhas mestras em seu enredo, cada uma delas
girando em torno de um imigrante português. De um lado temos João Romão, o dono
do cortiço, do outro Jerônimo, trabalhador braçal que se emprega como gerente
da pedreira que pertence ao primeiro.
João
Romão enriquece às custas de sua obsessão pelo trabalho de comerciante, mas
também por intermédio de meios ilícitos, como os roubos que pratica em sua
venda e a exploração da amante Bertoleza, a quem engana com uma falsa carta de
alforria. Ele se torna proprietário de um conjunto de cômodos de aluguel e da
pedreira que ficava ao fundo do terreno. Aumenta sua renda e passa a se dedicar
a negócios mais vultosos, como aplicações financeiras. Aos poucos, refina-se e
deixa para trás a amante.
Miranda,
comerciante de tecidos e também português, muda-se para o sobrado que fica ao
lado do cortiço. No início disputa espaço com o vizinho, mas, aos poucos, os
dois percebem interesses comuns. Miranda tem acesso à alta sociedade, posição
que começa a ser almejada por João Romão, este, por sua vez, tem fortuna,
cobiçada pelo comerciante de tecidos que vive às custas do dinheiro da esposa.
Logo, uma aliança se estabelece entre eles. Para consolidá-la, planeja-se o
casamento entre João Romão e a filha de Miranda, Zulmira. João se livra de
Bertoleza, devolvendo-a aos seus antigos donos.
Jerônimo
assume a condição de gerente da pedreira de João Romão e passa a viver no
cortiço com a esposa Piedade. Sua honestidade, força e nobreza de caráter logo
chamam a atenção de todos. No entanto, seduzido pela envolvente Rita Baiana,
assassina o namorado desta, Firmo. Jerônimo abandona a esposa e vai viver com
Rita. Entra então em um acelerado processo de decadência física e moral, assim
como sua esposa, que termina alcoólatra.
A
decadência atinge também outros moradores do cortiço. É o caso de Pombinha,
moça culta que aguardava a primeira menstruação para se casar. Seduzida pela
prostituta Léonie, abandona o marido e vai viver com a amante, prostituindo-se
também.
Contexto
Sobre
o autor
Aluísio Azevedo foi o melhor representante da tendência naturalista do Realismo brasileiro. Em seu esforço de conhecimento da realidade, explicitava a vida humana mesmo em seus aspectos mais sórdidos: a baixeza, a exploração, a desonestidade e o crime.
Aluísio Azevedo foi o melhor representante da tendência naturalista do Realismo brasileiro. Em seu esforço de conhecimento da realidade, explicitava a vida humana mesmo em seus aspectos mais sórdidos: a baixeza, a exploração, a desonestidade e o crime.
Importância
do livro
Na literatura brasileira, O Cortiço é o romance mais exemplar da estética realista-naturalista. Nele, pode-se perceber com clareza a visão que os naturalistas tinham das reações sociais no desejo de enriquecimento que toma João Romão, e ainda a imagem que os naturalistas faziam das relações pessoais no envolvimento amoroso entre Jerônimo e Rita Baiana.
Na literatura brasileira, O Cortiço é o romance mais exemplar da estética realista-naturalista. Nele, pode-se perceber com clareza a visão que os naturalistas tinham das reações sociais no desejo de enriquecimento que toma João Romão, e ainda a imagem que os naturalistas faziam das relações pessoais no envolvimento amoroso entre Jerônimo e Rita Baiana.
Período
histórico
O romance foi escrito em um período de profundas transformações na paisagem urbana do Rio de Janeiro, captadas ali com o registro cru do naturalismo, que rejeitava qualquer forma de idealização do real.
O romance foi escrito em um período de profundas transformações na paisagem urbana do Rio de Janeiro, captadas ali com o registro cru do naturalismo, que rejeitava qualquer forma de idealização do real.
Análise
O
romance de Aluísio Azevedo segue de perto as determinações do chamado “romance
experimental”, conceito elaborado pelo escritor francês Émile Zola. Segundo o
conceito, a realidade é observada de uma perspectiva científica que se
distancia da idealização romântica e mostra um retrato fiel da sociedade, mesmo
de seus aspectos mais sórdidos – postura artística denominada então de “belo
horrível”. A busca pelo registro fidedigno orienta o narrador no sentido da
reprodução da linguagem das personagens com toda a riqueza da oralidade e das
gírias do tempo. Nota-se ainda um aspecto fundamental da narrativa
realista-naturalista: o interesse pela miséria, pela pobreza. Além de traços
presentes na tendência naturalista do realismo, como a sexualização do enredo e
a animalização das personagens.
Pode-se
dizer que O Cortiço segue o figurino naturalista em duas linhas de
exposição de comportamento humano. A trajetória de João Romão apresenta a visão
naturalista das relações sociais, enquanto a de Jerônimo indica a perspectiva
adotada pela escola no que diz respeito às relações pessoais. Nos dois casos,
evidenciam-se patologias que definem os desvios morais das personagens.
A
ambição de João Romão não é condenada, afinal, ele apenas se aproveita das
oportunidades oferecidas pela sociedade capitalista então nascente. Ocorre que,
nele, a vontade de prosperar transforma-se em doença, em “febre de possuir”.
Sua falta de escrúpulos é tamanha, que passa a explorar a companheira Bertoleza
até o ponto da saturação, quando a troca por uma companhia que promete frutos mais
lucrativos.
No
retrato das relações sociais, o sobrado cumpre um papel fundamental,
principalmente no contraste com o cortiço: este reúne os tipos miseráveis,
enquanto aquele representa a riqueza das elites. Ficam assim representadas as
diferenças sociais. Mas é bom observar que tanto em um ambiente quanto no outro
o padrão moral é o mesmo, caracterizado pela baixeza e pelo domínio dos
instintos.
Jerônimo
sintetiza a visão naturalista do envolvimento amoroso. Na verdade, não se trata
de amor, já que os naturalistas não consideravam esse sentimento, tomando-o
apenas como uma máscara para a verdadeira motivação da aproximação entre
casais, o instinto natural de preservação da espécie. Assim, o que une Jerônimo
a Rita Baiana é o desejo sexual: o português se rende aos encantos da mulata
brasileira, circunstância que mostra a sedução que a terra exótica exerce sobre
o colonizador espantado.
A
queda moral de Jerônimo também possui explicação ligada ao ambiente: o sol dos
trópicos abate a vontade de trabalhar e o homem se entrega aos prazeres. Sua
pureza original é superada por seus instintos, e ele se torna preguiçoso e dado
à luxúria. O fato de a mesma decadência atingir Piedade e Pombinha confirma a
tese de que a tendência à frouxidão de costumes se dá em função do ambiente.
Personagens
-
João Romão: português ambicioso,
torna-se dono da venda, do cortiço e da pedreira. Explora a amante Bertoleza,
mas acaba se casando com Zulmira por motivos financeiros.
- Bertoleza: escrava que se pensa alforriada,
trabalha para João Romão e é sua amante.
-
Miranda: português, morador do
sobrado ao lado do cortiço. É casado com Estela, mas tem um casamento infeliz,
mantido apenas por razões financeiras.
- Estela: esposa de Miranda, é infiel ao
marido.
- Zulmira: filha de Estela e de Miranda, casa-se
com João Romão, que busca ascensão social através do casamento.
- Jerônimo: português trabalhador e
honesto, torna-se administrador da pedreira de João Romão. Acaba se envolvendo
com Rita Baiana e deixando de lado os princípios.
- Rita Baiana: mulata sedutora, é amiga de todos no
cortiço. Tinha um caso com Firmo, depois se envolveu com Jerônimo.
- Piedade: esposa dedicada de Jerônimo, acaba se
entregando a bebida depois que o marido a abandona para ficar com Rita Baiana.
- Firmo: amante de Rita Baiana, é assassinado
por Jerônimo.
-
Pombinha: moça que discreta e
educada que termina entregue à prostituição.
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