CENTRO EDUCACIONAL 06 DE CEILÂNDIA
PROF. FRANCISCO ALVES DE MIRANDA
COMPONENTE CURRICULAR: FILOSOFIA
TRABALHO AVALIATIVO DE PESQUISA – AS FILOSOFIAS HELÊNICAS (O HELENISMO) – 2015.4
Observações fundamentais:
01.
Escreva o título do trabalho – As filosofias helênicas – em seguida,
escreva o seu nome completo (Ex. Francisco Alves de Miranda) sem
abreviação, seguido pelo número, série, turma e turno.
02. O trabalho é individual e
deve ser escrito no caderno
(perguntas e respostas). As perguntas e respostas devem ser escritas à caneta
de tinta cor azul ou preta. Perguntas de uma cor e respostas
de outra. O valor do trabalho (1,5) um ponto e cinco
décimos.
03. Data de entrega – [09-13/11/2015]. Importante:
a entrega do trabalho corresponde ao dia de sua primeira aula. Caso esteja
impedido de comparecer a aula favor apresentar atestado médico correspondente
ao dia da entrega.
04. Todas as questões devem ser respondidas, caso contrário, não será aceito (o trabalho). Observe a quantidade de linhas (não será permitida quantidade
inferior ao número solicitado).
05.
Faça a enumeração das
linhas. Exemplo: 01, 02, 03 em diante. Cópias [trabalhos idênticos] não serão
permitidas. Por garantia não revele sua fonte de pesquisa e, tampouco, partilhe
o seu caderno. O trabalho será fotografado.
SOBRE A
FILOSOFIA CLÁSSICA GREGA - ARISTÓTELES
01. Faça sua
pesquisa (por meio dos livros [didático e paradidático], internet ou
dicionário) e responda:
1.1.
Quem foi Aristóteles? Ele era discípulo de quem? Que
escola ele fundou? (Em 05-10 linhas)
1.2.
Quanto ao pensamento de Aristóteles:
A)
O que é ética? O que é ethos? O que é moral? (Comente em 5-10 linhas).
B)
O que caracteriza a ética aristotélica? (10-15 linhas obrigatórias).
C)
O que são virtudes morais e intelectuais? Virtude tem a ver com meio
termo, com a mediania? (10-15 linhas obrigatórias).
D)
Em que consiste a felicidade para Aristóteles? Quais os tipos de
felicidades? Quando e onde o homem encontra a felicidade plena? Ela tem a
ver com o meio
termo? Com a justiça? Disserte sobre o assunto em (20-25 linhas obrigatórias).
1.3.
Pesquise sobre a obra - Ética a
Nicômaco – de Aristóteles e faça suas anotações em (20-25 linhas
obrigatórias).
1.4.
Pesquise sobre a obra - Política
– de Aristóteles e faça suas anotações em (20-25 linhas obrigatórias).
1.5.
Pesquise sobre a obra - Metafísica – de Aristóteles e faça suas anotações
em (20-25 linhas obrigatórias).
SOBRE O
HELENISMO
02. Faça sua
pesquisa (por meio dos livros [didático e paradidático], internet ou dicionário)
e responda:
2.1.
O que caracteriza o helenismo? (05-10 linhas obrigatórias).
2.2.
Qual o significado da revolução operada por Alexandre
Magno? Para responder essa questão leve em consideração os seguintes aspectos: o
contexto histórico [vai de quando a quando; o contexto político e cultural (contribuição
cultural) e; a importância filosófica desse período. Responda essa questão em (20-25
linhas obrigatórias).
2.3.
Faça sua pesquisa (por meio dos livros [didático e
paradidático], internet ou dicionário) e responda:
2.3.1.
O que caracteriza a Filosofia do Pórtico ou Estoicismo e seus principais
representantes? (10-15 linhas obrigatórias)
2.3.2.
Qual a característica específica dessa corrente
filosófica (15-20 linhas obrigatórias).
2.3.3.
Faça uma pesquisa sobre a vida e obras do filósofo
Sêneca (15-20 linhas obrigatórias).
2.3.4. Além disso,
faça uma síntese de uma de suas principais obras – Sobre a brevidade da vida –
(15-20 linhas obrigatórias).
2.4.
Faça sua pesquisa (por meio dos livros [didático e
paradidático], internet ou dicionário) e responda:
2.4.1.
O que caracteriza a Filosofia Epicurista? (15-20
linhas obrigatoriamente).
2.4.2. Pesquise
sobre o filósofo Epicuro e destaque suas principais ideias (10-15 linhas
obrigatórias).
2.4.3. Observe o
texto atribuído a Epicuro: “É insensato aquele que diz
temer a morte, não porque ela o aflija quando sobrevier, mas porque o aflija o
prevê-la: o que não nos perturba quando está presente inutilmente nos perturba
também enquanto esperamos, ou, habitua-te a pensar que a morte nada é para nós,
visto que todo o mal e todo o bem se encontram na sensibilidade: e a morte é a
privação da sensibilidade” (EPICURO. São Paulo: Abril Cultural, 1988 [Col. Os
Pensadores]). Por que não devemos temer a morte? (Comente essa frase em 05-10
linhas obrigatórias).
2.4.4. José
Saramago em sua obra - As intermitências da morte - também aborda a temática morte. Faça um breve
comentário sobre essa obra (15-20 linhas obrigatórias).
2.5.
Faça sua pesquisa (por meio dos livros [didático e
paradidático], internet ou dicionário) e responda:
2.5.1.
O que caracteriza a Filosofia Cínica? O que significa
nesse contexto o cinismo? Quais foram seus principais representantes? (15-20
linhas obrigatórias).
2.5.2.
Ainda dessa mesma corrente filosófica fale sobre
Diógenes e sobre o modelo de vida ele adotou para viver. É possível nos dias de
hoje alguém viver como ele? (10-15 linhas obrigatórias).
2.5.3.
Há um “profeta brasileiro” chamado de “Profeta
Gentileza”. Quem foi Gentileza? Faça uma pesquisa sobre sua vida e sobre suas
principais ideias (15-20 linhas obrigatórias).
2.6.
Faça sua pesquisa (por meio dos livros [didático e
paradidático], internet ou dicionário) e responda:
2.6.1.
O que caracteriza a filosofia neoplatônica? (05-10
linhas obrigatórias).
2.6.2. Quem foi
Plotino (05-10 linhas obrigatórias).
2.6.3. Desse
filósofo há uma alegoria – a da fogueira – que bem sintetiza o seu pensamento.
Qual o significado dessa alegoria? Pesquise e responda (05-10 linhas
obrigatórias).
Referências bibliográficas:
ABBAGNANO, Nicola. Dicionário de Filosofia. São Paulo: Martins Fontes, 2003.
ARANHA,
M. L. Arruda; MARTINS, M. H. Pires. Filosofando.
São Paulo: Moderna, 1994.
CHAUÍ, M.
Introdução à História da Filosofia: dos Pré-Socráticos a Aristóteles.
São Paulo: Brasiliense, 1994.
COTRIM,
Gilberto. Os Fundamentos da Filosofia.
São Paulo: Saraiva, 2000.
GAARDER,
Jostein. Trad. João A. Jr. O Mundo de
Sofia. São Paulo: Cia. Das Letras, 2002.
JAPIASSÚ, Hilton; MARCONDES, Danilo. Dicionário de Filosofia. Rio de Janeiro:
Jorge Zahar Editor, 2006.
MIRANDA, F. Alves; FEITOSA F. Elisa; NEVES W.
Silva. Alguns Caminhos da Filosofia no
Ocidente. Brasília: Artletras, 2010.
Sugestão de Sites:
http://www.brasilescola.com/filosofia/a-concepcao-felicidade-na-Etica-aristotelica.htm;. http://www.webartigos.com/artigos/a-etica-em-aristoteles/23318/;
A maravilha como início do
filosofar[1]
“A maravilha sempre foi, antes, como agora, a causa
pela qual os homens começaram a filosofar: a princípio, surpreendiam-se com as
dificuldades mais comuns; depois, avançando passo a passo, tentavam explicar
fenômenos maiores, como por exemplo, as fases da lua, o curso do sol e dos
astros e, finalmente, a formação do universo. Procurar uma explicação e
admirar-se é reconhecer-se ignorante. Por isso, pode-se dizer que sob um certo
aspecto o filósofo é amante do mito: uma vez que o mito se compõe de
maravilhas.”[2]
Aristóteles
(384-321 a.C.), filósofo
grego, é preciso em sua constatação ao dizer que é a admiração ou o espanto o
elemento inicial do filosofar: quem se admira se espanta, e quem se espanta se
dá conta da própria ignorância. Ora, reconhecer-se ignorante implica
maravilhar-se com cada parte constituinte da realidade. Implica, ainda,
reconhecer a realidade como um dado a ser refletido, ou seja, a ser estudado. O
filósofo deixa entrever ainda a estreita relação entre o mito e filosofia: ambos
partem do espanto. As explicações míticas procuram traduzir o universo de uma
maneira fabulosa, no entanto, irrefletida: o ser humano espantado perante a
realidade à sua frente recorria aos mitos. Quanto à reflexão filosófica, o ser
humano procura responder de uma maneira racional à sua realidade: procura fazer
do espanto o ponto da sua reflexão, a sua descoberta de cada dia[3].
A questão
que pode ser proposta aqui diz respeito ao pensamento aristotélico: qual a
originalidade em relação à sua filosofia, ou seja, no que dizem respeito ao Ser, ao Conhecimento e à Verdade?
O que há de semelhante e de destoante em relação ao pensamento do seu mestre
Platão? Enfim, quais as contribuições desses filósofos para o mundo ocidental
contemporâneo? A filosofia de Aristóteles desenvolveu-se em oposição à
filosofia de Platão. Aristóteles critica, sobretudo, o dualismo dos platônicos por estabelecerem uma dicotomia insuperável
entre a realidade material do mundo natural e a realidade abstrata do mundo das
formas. Aristóteles achava que Platão tinha virado tudo de ponta-cabeça.
Para
Platão, o grau máximo de realidade está em pensar com a razão, já para o discípulo, ao contrário, era evidente que o grau
máximo de realidade está em perceber ou sentir com os sentidos. Platão considerava tudo o que se vê ao redor (na physis) meros reflexos de algo que
existe no Mundo das Ideias e, por
conseguinte, também na alma humana. Aristóteles achava exatamente o contrário.
Segundo ele o que existe na alma humana nada mais é do que reflexos dos objetos
da natureza (Physis)[4].
Portanto, para Aristóteles a única realidade é a constituída por seres
singulares, concretos e mutáveis. Tal postura implica em uma concepção de
realidade segundo a qual o que existe é a substância
individual, que pode ser considerada indivíduo material concreto. Este
seria o constituinte último da realidade, o que evitaria o dualismo, a
realidade sendo composta de um conjunto de indivíduos materiais concretos. Além
disso, Aristóteles negava que o homem tivesse uma razão inata[5].
A razão permanece totalmente “vazia” (uma espécie de folha em branco) enquanto
não se percebe nada. Uma pessoa, portanto, não possui “ideias” inatas como
assegurava Platão.
O
pensamento aristotélico é o que se pode chamar de um pensamento sistemático por
abordar vários temas dentro da grande proposta filosófica. Dentre esses temas,
há a problemática acerca do Ser (no
sentido de conhecer). Essa questão tinha sido levantada pelos primeiros
pensadores (Heráclito e Parmênides) e reelaborada por Platão. Como, então,
Aristóteles resolverá essa problemática? Há uma obra aristotélica intitulada de
Metafísica que procura responder
essas indagações. Grosso modo, pode-se dizer que a questão do conhecimento, em Aristóteles, constitui
uma explicação de como o sujeito pode, a partir de dados sensíveis que mostram
sempre o individual e o concreto, chegar a formulações científicas que assim
são por serem necessárias e universais. Para Aristóteles, as observações dos
casos particulares, quando repetidas, permitiriam uma operação do intelecto, ou
seja, a indução (método que parte do
particular ao universal), que é contrário à dedução
(método que parte do universal ao particular). Sendo assim, o universal
constituiria em resultado de uma atividade intelectual. Em outros termos, surge
o intelecto sob a forma de um conceito. Os conceitos reproduzem não as formas
ou ideias transcendentes ao mundo físico, mas a estrutura inerente aos próprios
objetos.
Filosofia Primeira (ou Metafísica)
“Todos os homens têm,
por natureza, desejo de conhecer.”. (ARISTÓTELES. Metafísica, I, 1)
Metafísica[6] é a Ciência Primeira (ou Filosofia Primeira) por ter como objeto o
objeto de todas as outras ciências, e como princípio um princípio que
condiciona a validade de todos os outros. Por essa pretensão de prioridade (que
a define), a Metafísica pressupõe uma
situação cultural determinada, em que o saber já se organizou e dividiu em
diversas ciências relativamente independentes e capazes de exigir a
determinação de suas inter-relações e sua integração com base em um fundamento
comum. Essa era precisamente a situação que se verificava em Atenas em meados
do século IV a. C. Graças à obra de Platão e de seus discípulos, que
contribuíram poderosamente para o desenvolvimento da matemática, da física, da
ética e da política.
Para
Aristóteles, a Metafísica é a ciência
das causas primeiras. É teoria por excelência. É eminentemente livre, divina, a
mais digna de apreço, gerando a sua aquisição um estado de espírito contrário
ao pasmo da ignorância. A Metafísica
é teorética: deve decifrar o enigma
do universo, em face do qual a atitude inicial do espírito é o assombro do
mistério. O seu problema fundamental é o problema do Ser, não o problema da vida. O objeto próprio da filosofia, em que
está a solução do seu problema, são as essências
imutáveis e a razão última das coisas, isto é, o universal e o necessário, as formas
e suas relações. Entretanto, as formas são imanentes na experiência, nos
indivíduos, de que constituem a essência. A filosofia aristotélica é, portanto,
conceptual (como a de Platão), mas
parte da experiência; é dedutiva, mas o ponto de partida da dedução é tirado
(mediante o intelecto) da experiência. A filosofia, pois, segundo Aristóteles,
dividir-se-ia em teorética, prática e poética[7],
abrangendo, destarte, todo o saber humano, racional, compondo-se assim no que
se pode chamar de o grande sistema
aristotélico.
Aristóteles
destaca um dos elementos fundamentais para o autêntico filosofar: a capacidade admirativa. Foi justamente
pela admiração que os primeiros homens se aventuraram à especulação filosófica.
É pelo ato admirativo que o ser humano adquire a ciência. Não uma ciência
qualquer, mas universal, destituída de interesses secundários, ciência que
busca admiravelmente o conhecimento de todas as coisas, desprendida de
interesses, por puro amor, livre, partícipe da divindade, mas que a humanidade
é convidada a fazer parte.
Não é
possível no momento um aprofundamento da obra A Metafísica de Aristóteles, dada a sua dimensão e o intento do
momento. Por ora, almeja-se possibilitar ao leitor uma visão panorâmica, uma
vez que ela é uma das obras indispensáveis para a compreensão da filosofia no
Ocidente.
Síntese acerca da
compreensão do Ser na Metafísica
aristotélica.
A)
Aristóteles deu quatro definições para a Metafísica:
·
A
ciência que indaga causas e princípios;
·
A
ciência que indaga o ser enquanto ser;
·
A
ciência que investiga a substância;
·
A
ciência que investiga a substância suprassensível.
B)
Há uma hierarquia ou graus do saber:
·
O primeiro grau do saber é oferecido pela experiência - por familiaridade com as
coisas, com cada coisa de modo imediato e concreto, que é dado pelo individual;
·
O segundo grau do saber é a técnica (tékhne) – a
técnica é um saber fazer;
·
O terceiro grau é a sabedoria (Sophia) ou episteme – ela pode oferecer as causas, os fundamentos,
os princípios primeiros do saber.
C)
O ser se diz de quatro maneiras:
·
Essência (do grego ousia)
significa “o que é por si mesmo”, ou seja, o que é primeiro numa substância, não podendo ser tirado
desta sem que o ser perca o ser. Substância é o fundamento
primeiro das coisas, de que tudo o mais decorre. Substância
é um composto de matéria e forma.
Matéria e forma, porém, são separadas apenas no pensamento. Graças a esse
composto é que se pode conceber o ser em
potência ou em ato;
·
Acidente corresponde àquilo que é atributo circunstancial e
não essencial do ser;
·
O verdadeiro e o falso – a veracidade ou falsidade se dá primeiramente no
juízo. O enunciado S é P, que une dois termos, encerra necessariamente verdade
ou falsidade. Porém, há um sentido mais radical (que é a verdade ou falsidade
das coisas) a do ser;
·
Ato e potência – o ato (ou forma) é a manifestação atual do ser
(aquilo que já existe) ao passo que a Potência (matéria)
corresponde às possibilidades do ser (ou seja, aquilo que ainda não é, mas pode
vir a ser).
D)
O ser pode ser
determinado por quatro causas:
·
A causa
material – refere-se à matéria de que é feita uma coisa;
·
A causa
formal – refere-se à forma, à natureza específica de uma coisa;
·
A causa
eficiente – refere-se ao agente que produz diretamente a coisa;
·
A causa final
– refere-se ao objetivo, à intenção, à finalidade ou à razão de ser de uma
coisa.
E) O conhecimento passa por
cinco etapas:
·
Sensação – ela está ligada aos nossos sentidos;
·
Memória – ela é um passo. Ela é a capacidade de
agarrar alguma sensação passada;
·
Experiência
– ela é a capacidade humana de
aprender com a memória, criando relações desta com os dados sensoriais;
·
Arte (ou técnica) – ela pode ser
dividida em conhecimento prático e conhecimento técnico.
·
Teoria
(ou ciência) - o conhecimento teórico
ou científico não possui uma finalidade prática. É um conhecimento pelo
conhecimento ou “a busca do saber pelo saber”.
Ética e política em Aristóteles
“Muitas vezes, ao ouvir
a palavra ética, as pessoas pensam, antes de mais nada, em um código de
deveres, em um fardo pesado que torna a vida diminuída, sem gosto, sem
qualidade. Ocorre que a ética caracteriza um ser que não apenas vive, mas que
pergunta pelo sentido de tudo e, portanto, pelo sentido de sua vida, pela razão
de ser de suas ações. Já na Grécia, a ética nasceu no seio da polis como pergunta pelos critérios que
tornassem possível o enfrentamento da vida com dignidade.”[8]
Isso significa dizer que o ponto de partida
da ética é a vida mesmo, a realidade humana. Para esse momento, o ponto de
partida é a polis grega,
especificamente, a abordagem ética e política em uma perspectiva
aristotélica. Para compreender a ética, é
sumamente importante ter, de antemão, a compreensão do ser humano, saber qual é
o seu fim, de onde vem e para onde vai.
A situação
originária da pessoa humana é que ela não possui o seu ser de antemão
garantido, mas que tem que conquistar numa tarefa permanente. Sua conquista
dá-se no mundo da práxis: mundo dos
costumes, dos hábitos, das maneiras concretas de viver e interpretar a vida
vigente nas diversas comunidades humanas. Frente a isso, cabe-nos perguntar
sobre as ações que efetivam o nosso ser, ou seja, quais as razões de nossas
verdadeiras preferências e como justificamos o que fazemos?
A pergunta
pela justificação e legitimação das nossas ações surge propriamente à ética com
relação à vida humana. Como podemos assumir, responsavelmente, aquilo que fazemos,
ou seja, como podemos dar razão ao que fazemos. Então, a ética passa a ser a
razão prática. A ética surge precisamente no ser contingente, pois só há ética
onde houver contingência, quer dizer, lugar de debate e deliberação humana no
mundo efetivado historicamente. Em outros termos, “a ética emerge do ethos, isto é, da conexão que foi historicamente
articulada, dos costumes, hábitos, leis, instituições, do mundo concreto
constituído pela práxis dos diferentes sujeitos”[9].
A ética surge na medida em que pergunta pelo sentido e validade da práxis humana. Isso implica em dizer que
ela não surge propriamente com o ser do homem, mas na medida em que pergunta
pelo sentido da ação nas diversas realidades efetivadas historicamente. A ética
levanta a pretensão de dar o rumo correto à vida humana.
A ética tem
a ver com o dever ser, com a legitimação racional de nossas ações na
problemática do dia-a-dia. Ela levanta a pretensão de refletir a partir da vida
histórica do ser humano, para melhorar a práxis
que já se encontra realizada e em cujo contexto ela também se cabe inserida[10].
A ética é essencialmente revisão de vida, no intuito de melhorar a práxis humana e, consequentemente, toda
a vida. Ela levanta a pretensão de fundamentar e legitimar as normas e os
princípios da ação humana.
Agora, é
justamente, nesse contexto, que surgem as grandes questões sobre a justificação
e legitimação da práxis humana. Qual
a ação correta? Qual a ação ética? Qual a ação possível de legitimação? A ação
ética tem a ver com a efetivação dos princípios que são compreendidos e
traduzidos numa realidade efetivada historicamente. Em última análise, qual a
significação última da ética na vida humana? A ética é uma ação que liberta o
ser humano, logo racional, e liberta na medida em que quer garantir a
construção, a abertura do homem e da mulher para serem pessoas livres. Sua
função é, justamente, humanizar a pessoa (do homem e da mulher). Ética é,
portanto, restauração das estruturas humanas que foram ameaçadas. Em poucas
palavras, ela é construção da dignidade da pessoa humana.
O modelo ético aristotélico
“Felicidade é a representação na qual o homem tenta
exprimir o que significa para ele a suprema realização de seu ser, isto é, a
plena realização da capacidade humana.”[11]
Como é a
ética aristotélica? Para compreendê-la faz-se necessário ter de antemão uma
clareza do que seja liberdade, felicidade e bem supremo. Aristóteles estabelece uma estreita relação entre
liberdade, felicidade e bem supremo. Na Ética
a Nicômaco, o filósofo vai dizer que o bem supremo é o “bem em si mesmo”,
representação na qual o ser humano tenta exprimir o que significa para ele a
suprema realização do seu ser, viver de bom modo, ir bem (EN, I 7.1097 b
20-21). Esse bem é a felicidade que consiste na plena realização de suas
possibilidades.
A respeito
da felicidade, tem-se uma multiplicidade de concepções e em todas as nossas
ações visamos à felicidade. Gostamos de honra, dos prazeres e da inteligência
por nos fazer mais felizes. É necessário, pois, um conhecimento mais claro da
felicidade e dos meios para alcançá-la. Muitas vezes, os prazeres acarretam
dores e infelicidades, e o bem particular se choca com o bem da comunidade.
Nesses casos tem que conciliar e subordinar o bem particular ao geral. Como
regra de conduta, deve-se aceitar sempre o meio termo, ou seja, as virtudes éticas. Aristóteles diz muito
claramente: virtude tem a ver com paixões e ações, nos quais o excesso e a
falta constituem erros e são censurados, ao passo que o meio é louvado e
constitui a retidão, e ambas essas coisas são próprias da virtude. Portanto,
aquele que age de acordo com o justo meio é virtuoso (sábio).
A
verdadeira felicidade é constituída pelo prazer (satisfação dos sentidos) com a
contemplação e a seu serviço. Ela consiste na atividade harmoniosa de todas as
faculdades sensíveis e intelectuais. Ela é o bem supremo que se identifica ao
fim ao qual se refere a natureza humana, entendida como as possibilidades e as
disposições do homem que se atualizam através de seu agir (teoria e práxis). Ela é a
efetivação racional e livre do bem universal no indivíduo. Nesse sentido,
compreende-se muito bem a estreita relação entre “felicidade e bem supremo”:
felicidade é a representação na qual o homem tenta exprimir o que significa
para ele a suprema realização de seu ser, isto é, a plena realização da
capacidade humana (EN, I 7. 1097 b 20-21). A felicidade é uma situação
definitiva e não provisória, não precisa ser mais superada (EN, I 11. 1101 a
14-16). Por isso, um dos seus elementos constitutivos é a autonomia e,
consequentemente, a posse dos meios que possibilitam ao homem atingir a
autonomia e a plenificação (EN, I 7. 1097 a 9-10; I 7. 1097 b 9 ss.).
Em síntese,
pode-se dizer que a ética aristotélica é teleológica,
precisamente, na medida em que ela pergunta pelo fim das coisas, do ser humano.
É, também, escatológica por tematizar
o sentido último que dá sentido e vida a todo ser humano. Pergunta pelo fim da
verdadeira ação humana e pela plena realização desse ser. Realização essa que
só será alcançada na polis onde o ser
humano se realiza de maneira mais concreta, exercendo sua politicidade, algo
que é especificamente humano. Essa se expressa na medida em que o ser humano
faz uso da palavra.
O ser político em Aristóteles
“A polis
é essencialmente uma comunidade de concidadãos, isto é, de pessoas que são
membros plenos da cidade, e não simplesmente dos que moram na cidade, ou seja,
é a comunidade de homens livres, pois o próprio da polis é possibilitar a liberdade dos cidadãos e garantir essa
liberdade.”[12] (Pol., I 1.2553 a 2 ss; I 1.2552 a 1-5).
O ser
humano é o ser da palavra e é através dela que ele se configura como ser
político. A palavra é a característica fundante do homem enquanto ser político
e social. O ser humano compreende-se no mundo como um ser encarnado. Ser
essencialmente relacionado com os seus próprios semelhantes, com a natureza e
com todo o cosmos. O ser humano se reconhece como ser social. Entendamos a
sociabilidade como a propensão do ser humano para viver com os outros e
comunicar-se com eles, torná-los participantes das próprias experiências e dos
próprios desejos, conviver com eles as mesmas emoções e os mesmos desejos.
O ser
humano é o ser da linguagem e, enquanto tal, é social e político (por excelência).
Aristóteles o define como o ser por natureza político. A pessoa humana é esse
ser portador da palavra, isto é, do logos
(Pol. I 1, 1253 a 2; EN, I 1, 1169 b
18 ss.). Isso significa dizer que o espaço do político é o espaço propriamente
do espírito, quer dizer, o ser humano é o ser político precisamente porque ele
é o único a possuir linguagem (fala). Sendo o humano o ser da fala (Pol. I 1 1253 a 9), sua característica
específica em comparação com os outros animais é que somente ele tem o
sentimento do bem e do mal, do justo e do injusto e de outras qualidades
morais. Em outros termos, o específico da linguagem é a manifestação do que é
justo ou injusto (Pol. I 1 1253 a
25-30).
O ser
humano é um animal político e o é na medida em que transcende o plano puramente
biológico e se define por um fim, na medida em que toma posição frente ao
fundamento de sua ação, ou seja, o ser humano é capaz de tomar decisões a
respeito do fundamento legitimador de sua ação na direção de um fim. Que fim
seria esse? Esse fim é, para Aristóteles, a polis,
que é uma obra histórica e comunitária, quer dizer, lugar de plena realização
do ser humano. Pode ser entendida como a comunidade política por excelência.
A pessoa
humana configura-se, define-se precisamente a partir de suas obras, ou seja,
através de tudo o que ela faz como mediação para conquista de seu próprio ser.
E isso é um momento fundamental porque vai distingui-la dos demais animais.
Explicando melhor: enquanto o animal é imediatidade, a efetividade do homem
deve sempre mediar-se: sua vida concreta é a mediação de si mesmo, auto
presença (Pol. 1, 1252 a 1-5). A
pessoa pode apropriar-se do seu ser já que lhe foi dado somente como
possibilidade: ela se faz humana na medida em que se relaciona com os demais,
precisamente na comunidade. Sua vida é uma tarefa na construção do comunitário.
O ser humano realiza-se de duas maneiras, segundo Aristóteles: a primeira é o
momento das carências que precisam ser satisfeitas. E isso ele faz através do
trabalho e da tradição que transmite as conquistas e inovações. Vale
acrescentar que, mesmo neste momento, ele é superior aos demais animais por ser
“o ser da mediação: através das obras técnicas ele realiza a história de sua
auto mediação como o senhor da natureza”.
Outro
momento é o das obras autotélicas, quer dizer, aquelas que
estão voltadas para si mesmas, têm fim em si mesmas. Um exemplo dessas obras é
o pensamento. São obras que, além de terem fim em si mesmas, são portadoras de
um sentido em si mesmas e que efetivam a liberdade do ser humano. “A
consciência desta vida em comum realizada, autotélica e autárquica é o que
constitui para Aristóteles a felicidade.” (Met.
VIII 1032 a 2b) Resta saber, portanto, o que venha a ser felicidade e qual o
lugar de sua realização? A felicidade, como foi dito anteriormente, é o bem
supremo que se identifica ao fim ao qual se refere a natureza humana, entendida
como as possibilidades e as disposições do homem que se atualizam através do
seu agir. A felicidade é, portanto, “a efetivação racional e livre do bem
universal no indivíduo”.
O ser
humano efetiva a sua liberdade na vida pública, na polis. A polis é
essencialmente uma comunidade de concidadãos, isto é, de pessoas que são
membros plenos da cidade, e não simplesmente dos que moram na cidade, ou seja,
é a comunidade de homens livres, pois o próprio da polis é possibilitar a liberdade dos cidadãos e garantir essa
liberdade (Pol., I 1.2553 a 2 ss; I
1.2552 a 1-5). Ser cidadão na polis é
ter o direito à cidadania que consiste fundamentalmente na participação ativa
na administração, na jurisdição e na legislação (Pol. I 1,
2552 a 1-3). Fazer política significa agir como cidadão. A vida política é a
forma de vida do cidadão. A polis,
enquanto comunidade de cidadãos, é a comunidade de homens livres. Neste caso,
ser cidadão é ter “ser” próprio, ou seja, ser livre, viver de sua própria
vontade, possuir autonomia.
Faz-se
necessário então saber que, para Aristóteles, os homens em absoluto não são
naturalmente iguais, mas nascem uns destinados à escravidão e outros à dominação. Segundo ele, a natureza, para
atender à conservação, criou certos seres para comandar e outros para obedecer.
É que ela quis que o ser dotado de razão e previsão ordenasse como senhor e que
o ser capaz, por suas faculdades corpóreas, de executar ordens, obedecesse como
escravo (Pol., III 7 1097 b 9 ss.). Para o filósofo, o escravo não possui uma
humanidade perfeita, um ser próprio de homem, logo, ele afirma a condição
natural dos escravos, justifica, pois, a escravidão e a não participação livre
deles na polis.
Há uma
tensão no pensamento aristotélico entre teoria e política, pois, por um lado,
só na teoria, enquanto atividade totalmente autárquica,
o homem pode encontrar felicidade plena. Por outro lado, a política tem como
tarefa criar as condições econômicas e culturais que liberem o homem para o que
é, em princípio não necessário, a liberdade da teoria.
Quanto ao regime político, Aristóteles considera a
república o melhor regime político por privilegiar a virtude, a vontade da
maioria e regras que realçam e desenvolvem as determinações racionais e
políticas do homem, o que é sua finalidade própria. Aristóteles também é o
criador da lógica, como ciência
especial, sobre a base socrático-platônica; é denominada por ele analítica e
representa a metodologia científica. Os problemas lógicos e gnosiológicos,
Aristóteles trata no conjunto daqueles escritos que se tornaram mais tarde o
nome Órganon.
Em resumo,
refletir sobre o pensamento aristotélico implica referenciar o ser humano em
sua complexidade no mundo prático, implica perguntar pelo seu fim último, pela
perfeita felicidade, por uma ética (e uma política) e por uma filosofia primeira
(metafísica) e pelo próprio ato de filosofar. Talvez seja por isso que, quando
se fala em Aristóteles e seu pensamento, fala-se em um sistema aristotélico.
Referências
bibliográficas
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[1] Francisco Alves de Miranda é Licenciado
em Filosofia pela Universidade Estadual do Ceará e pelo Instituto Teológico e
Pastoral do Ceará (atual Católica de Fortaleza). É Especialista em Filosofia e
Existência pela Universidade Católica de Brasília. Trabalha como professor desde
2001 (Ensino Médio) na Rede Pública de Ensino do Distrito Federal.
[3] Síntese da
filosofia até Aristóteles:
·
A experiência
primeira do ser humano perante a perplexidade cósmica não fazia uma
distinção clara entre religião, arte e as condições sociopolíticas do povo. Ela procurava mostrar a realidade
em sua inteireza, em sua totalidade, ainda que de forma mítica.
·
Quanto aos primeiros
pensadores gregos, eles assumiram outra perspectiva (a
filosófica\científica). Eles estavam insatisfeitos com o tipo de explicação do
real dada por parte do pensamento mítico. Logo, buscaram elaborar suas
reflexões baseadas essencialmente em causas naturais (no mundo natural), precisamente,
na physis: a chave da explicação do
mundo estaria no próprio mundo e não fora dele, em alguma realidade misteriosa
e inacessível.
·
No que diz respeito aos sofistas, eles não formaram uma escola ou um grupo homogêneo, o que
os caracterizavam era muito mais uma prática ou uma atitude comum do que uma
doutrina única. Porém, eles redirecionaram o polo norteador da reflexão: com
eles, a reflexão gira em torno do ser
humano (e da vida em sociedade).
·
A reflexão humana na proporção em que se põe a
dialogar com o fabuloso, com toda a
problemática da natureza, do homem e do cosmos, assume um caráter filosófico e grego. Trata-se de falar,
portanto, da filosofia clássica grega, dos grandes mestres Sócrates, Platão e
Aristóteles.
[4] Exemplificando: o discípulo concordava com o seu mestre em que o
exemplar isolado, por exemplo, de cavalo “flui”, passa, e que nenhum cavalo
vive para sempre. Ele também concordava que, em si, a forma do cavalo era
eterna e imutável. Mas a “ideia” cavalo não passa para ele de um conceito
criado pelos homens e para os homens, depois de eles terem visto um certo
número de cavalos. A “ideia” ou “forma” cavalo não existia, portanto, antes da
experiência vivida. Para ele, a “forma” cavalo consiste nas características do
cavalo, ou seja, naquilo que se chama de espécie.
[5]
Contrariando Platão,
Aristóteles não acredita que existam ideias
inatas; para ele, o espírito humano, sua inteligência é uma espécie de
“folha em branco” [ideia trabalhada posteriormente pelos empiristas ingleses] à
espera de dados a serem elaborados. É oportuno frisar que esses dados são
oferecidos pela experiência, pelo relacionamento sensorial com as coisas. O
intelecto recebe-os passivamente para, a seguir, transformá-los, ativamente, em
conceitos adequados à realidade. Vale perguntar: qual é o método adotado por
Aristóteles para chegar ao conhecimento, ou seja, aos conceitos? O método
adotado pelo filósofo é o método indutivo (que parte do particular sensível até
chegar ao conceito universal). Aristóteles busca os fundamentos dos seus
conceitos na própria realidade e não em uma instância fora da realidade (Mundo das Ideias). Conhecer é conhecer a
realidade, o mundo concreto. Como, então, resolver a problemática levantada
pelos primeiros pensadores (Heráclito e Parmênides) sobre a questão do ser e do não ser? Para responder a essa questão Aristóteles estabelece o princípio de não contradição. Que
princípio é esse? O que determina o princípio de não contradição é a
necessidade da natureza determinada de uma coisa, ou seja, a sua substância (aquilo que permanece com
relação aos seus acidentes). Em outras palavras, é impossível que uma coisa
seja e não seja ao mesmo tempo (impossibilidade ontológica) ou que convenha e
não convenha simultaneamente (impossibilidade lógica).
[6] O termo metafísica (tà metà tà physiká) não é aristotélico.
O que hoje se chama de metafísica era chamado por Aristóteles de Filosofia Primeira. Tudo indica que esse
termo tenha surgido por volta do século I a.C., quando Andronico de Rodes, ao
classificar as obras de Aristóteles, colocou a Filosofia Primeira depois das obras de Física, daí a expressão Meta Física.
[7] “O conhecimento pode ser de três
tipos, produtivo, prático e teórico, aborda cada uma das ciências correspondentes a cada um
desses tipos de conhecimento. Entre as produtivas coloca a retórica e a
poética; entre as práticas, a ética e a política, e entre as teóricas, a
lógica, a matemática, a física, a biologia, a metafísica.” CASTRO, Susana de. Introdução à Filosofia. Petrópolis:
Vozes, 2008, p. 26-31.
[8] OLIVEIRA, Manfredo Araújo de. Desafios éticos da globalização. São
Paulo: Paulinas, 2002, p. 5.
[10] ARISTÓTELES. Ética a Nicômaco (II 2, 1103 b 26-28). São Paulo: Abril Cultural, 1973 (Col. Os
Pensadores).
[11] ARISTÓTELES. Ética a Nicômaco ( I 7. 1097 b
20-21). São
Paulo: Abril Cultural, 1973 (Col. Os Pensadores).
[12]
ARISTÓTELES. Política (I 1.2553 a 2 ss; I 1.2552 a 1-5). São Paulo: Abril
Cultural, 1973 (Col. Os Pensadores).
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