segunda-feira, 31 de agosto de 2015

CONTEÚDO DO ESTUDO DIRIGIDO DO TERCEIRO BIMESTRE (PROFESSORA: ALESSANDRA DE SOCIOLOGIA)

Alunos do 1º ano vespertino, da turma de Sociologia 2015 (Professora Alessandra Araújo), favor verificar se têm os seguintes materiais para o melhor desenvolvimento do Estudo Dirigido do 3º bimestre:

Texto 01: Organização Social e Modos de Produção - Parte I (copiado no quadro).
Texto 02: Ideologia no processo de organização social (entregue para ser colado no caderno).
Texto 03: Organização Social e Modos de Produção - Parte II (entregue para ser colado no caderno).
Texto 04: Conceitos de Marx: alienação e mais-valia (copiado no quadro - parte I e II). 
Texto 05 (leitura complementar): Tempo livre industrializado. (Apenas no blog). 

ATENÇÃO: só será permitida a consulta ao material contido no caderno!

Bom estudo a tod@s!
Professora Alessandra A.

Centro Educacional 06 de Ceilândia – CED 06
Disciplina: Sociologia
Professora: Alessandra Araújo

A ideologia no processo de organização social

            Desde que homens e mulheres passaram a viver em grupos e a trabalhar coletivamente, várias formas de organização social foram se configurando, sendo que uma das mais recentes e que permanece até hoje em várias sociedades, chama-se Estado.

            Mas, por que isso aconteceu? Se retornarmos aos filósofos que realizaram as primeiras análises acerca do Estado, iremos perceber que esses chegaram a algumas conclusões, mas principalmente a uma, que fala da necessidade que os homens têm, como um todo, quando vivem em sociedade, de estar sob a responsabilidade de uma instância ordenadora, que lhes dê o direcionamento de determinadas decisões, quer dizer, o que aponta a dificuldade dos homens e mulheres em viverem coletivamente em “estado de natureza”. Assim, o Estado se consolidou como uma instituição que no decorrer do desenvolvimento das sociedades, apresentou características as mais distintas, que foram desde o poder de um único homem, até o Estado que buscava representar a coletividade.

            A partir do início do desenvolvimento do capitalismo, temos a formação dos Estados Nacionais Modernos, os quais são caracterizados por mecanismos políticos que facilitam o governo de determinado grupo sobre determinado território. Esses mecanismos baseiam-se em sistemas de leis e regras sociais, mas principalmente na capacidade do governo de usar a “força” com a finalidade de implementar suas políticas.

            Essa capacidade de atingir objetivos (com o uso da força), inclusive diante de fortes resistências, chama-se poder. O poder, para ser efetivado (bem - sucedido em seus objetivos) faz uso do que conhecemos como ideologia.

            A ideologia pode ser definida como o conjunto de idéias ou como a “visão de mundo” de um grupo (ou classe social) que se impõe, ou procura se impor sobre outro.

            Todos desejam estar bem, viver bem, enfim ser felizes! É isto que ouvimos continuamente, principalmente dos meios de comunicação – nos comerciais de TV, nas músicas, nos filmes, etc. Mas o que significa esta “felicidade” propagada pela mídia? Significa consumir, ou seja, ser proprietário de um carro maravilhoso, do último modelo de celular, freqüentar lugares badalados da moda...

            As conseqüências desse tipo de raciocínio nos levam a uma busca desenfreada por produtos e por um modelo de vida quase inatingível! Trata-se de uma corrida sem ponto de chegada, e na qual descobrimos que esta “felicidade” que se compra, caberá a apenas alguns. E como ficam os milhões de seres humanos que morrem de fome e de epidemias, que nunca freqüentaram uma escola, que vivem nas ruas ou na beira das estradas? Qual o significado da felicidade para estas pessoas?

            É muito provável que seja um prato de comida. O que nos leva a desenvolver este pensamento individualista? A acreditar que o sucesso e a felicidade dependem unicamente do esforço de cada um? A ignorar que vivemos numa sociedade na qual as oportunidades não são colocadas igualitariamente...
Aqui discutiremos como a sociedade capitalista vai sendo mantida mesmo com todos os problemas que ela possui. A Sociologia novamente vai contribuir para demonstrar como ocorrem as dinâmicas dentro do capitalismo. Ela explica como a ideologia vai disseminar um conjunto de normas e idéias que vão reproduzindo as relações que homens e mulheres estabelecem quando buscam resolver suas necessidades de sobrevivência.

            Perceberemos também como o Estado foi sendo organizado, algumas formas e tipos de governo, bem como o seu desenvolvimento em alguns países. Verá também como as populações, de acordo com algumas ideologias, foram se organizando e mudaram os rumos dos governos de seus países. Diante disso, fica o desafio para podermos pensar o Brasil.

A ideologia

            Você já parou para refletir por que agimos desta ou daquela maneira, quando estamos na escola, no trabalho, nas festas familiares? Ou por que você se veste deste ou daquele modo e por que quer comprar um celular ou um tênis novos que você viu na televisão?

            As propagandas que aparecem na TV, nos jornais e nas revistas mostram imagens bonitas com a intenção de cativar o telespectador. Elas podem ser da seguinte forma: a imagem representa uma paisagem bonita, que pode ser uma praia, estrada de terra, deserto, cidade – e o automóvel é dirigido por pessoas sorridentes e felizes, vivendo situações surpreendentes. Ou ainda em um ambiente animado, cheio de jovens, sorridentes, dançando, todos com um celular sofisticado com novas funções. E assim elas encantam as pessoas, pois as propagandas têm a tarefa de cativar para vender o produto e estimular um comportamento que é característico da sociedade capitalista: o consumismo.
Esse comportamento aparece como máximo que todos – jovens, adultos, idosos, crianças e adolescentes devem seguir ao criar necessidades que estão além daquelas que são básicas – comer, ter acesso à água potável, moradia segura, educação, lazer, saúde e transporte.

            Assim, as propagandas, os programas televisivos, os filmes e as novelas passam a idéia de que com a posse de objetos – celulares, tênis, roupas, mochilas, bonés, chaveiros, cosméticos, acessórios, eletrodomésticos – todos terão uma satisfação imediata e universal. Como se o fato de consumir fosse suficiente para garantia de uma vida plena e feliz.

            Para compreender melhor, observe o quanto existe de consumismo na sua ação e da sua família, realizando o exercício abaixo.

§  Atividade:
Faça uma lista de objetos consumidos por você e sua família durante um mês separando aquilo que é necessário para você daquilo que é considerado supérfluo. Depois, observe se o que está na lista do que é necessário é realmente essencial, pois consideramos básico dentro deste texto aquilo que garante a nossa existência: comida, água, moradia, lazer, saúde, transporte e conhecimento. Compare e reflita na seguinte ordem: consumo necessário > consumo supérfluo > consumo básico.

            Este é o ponto de partida neste texto, para entender a ideologia em uma de suas formas aparentes – o consumo – que vai moldando o comportamento das pessoas dando à ação humana uma direção que tem como objetivo a posse dos objetos. Observe ainda que nas propagandas essa posse aparece como se estivesse ao alcance de todas as pessoas. Como vivemos na sociedade capitalista, sabemos que ela é uma sociedade desigual – dividida em classes sociais – e que essa desigualdade marca qualquer acesso à propriedade de objetos particulares como a propriedade dos meios sociais de produção.

Mas, nas propagandas há uma inversão dessa realidade. Vamos refletir sobre essas questões buscando no pensamento teórico da Sociologia um apoio para desvendarmos a ideologia camuflada.

Centro Educacional 06 de Ceilândia – CED 06
Sociologia 2015 – Professora Alessandra Araújo

A Sociologia sob o prisma de Karl Marx

O importantíssimo teórico Karl Marx, se faz presente ainda hoje em estudos das mais variadas áreas, e suas teorias e conceitos continuam sendo revisitados, sendo cruciais para a compreensão de alguns aspectos de nossa sociedade. Suas análises, como se sabe, voltaram-se especialmente para questões sociais e históricas, análises de conjunturas e de lutas inerentes ao capitalismo moderno. Marx dedicou-se a discussões que ainda hoje são elucidativas para que possamos compreender uma sociedade que, segundo o próprio autor, move-se pela luta de classes, uma vez que ele acredita que seja esse o motor de toda a  historia. O marxismo, assim, tornou-se corrente de pensamento e até os dias de hoje orienta a organização de muitos movimentos sociais. Um dos mais importantes conceitos do marxismo é o da alienação e também o da mais-valia, os quais, ambos serão discutidos neste espaço, começando pelo primeiro.
Alienação
Trata-se de uma condição onde o trabalho ao invés de ser instrumento para a realização plena do homem e de sua condição de humano torna-se, pelo contrário, um instrumento de escravização, acabando por desumanizá-lo, tendo sua vida e seu próprio valor medidos pelo seu poder de acumular e possuir.
Karl Marx reconhece na era moderna e em suas novas formas de produção grande responsabilidade pela alienação do homem. Quando o trabalho fica cada vez mais especializado e dividido, o trabalhador fica de tal forma afastado daquilo que produz, que é incapaz de reconhecer-se no produto final de seu esforço.
Dessa forma, o que era antes um homem, acaba por tornar-se apenas uma maquina repetidora dos mesmos esforços, e cada vez mais em busca de possuir capital, num sistema onde é muito comum que esse trabalhador não tenha sequer acesso ao produto de seu próprio trabalho. Assim, o que inicia com uma divisão do trabalho, acaba por configurar-se também como uma divisão social. Esse tipo de organização e essa configuração do mundo do trabalho foram essenciais para o desenvolvimento da sociedade capitalista nos moldes como conhecemos hoje.

Mais-valia

Outro conceito importantíssimo para se compreender a organização dos modos de produção capitalista e suas formas de apropriação do trabalho é aquilo que Marx denominou como Mais-valia. Esse termo, muito famoso, é utilizado para referir-se à diferença existente entre o valor da mercadoria produzida, a soma do valor de seus meios de produção e o valor do trabalho, que apresenta-se como a base de lucro no sistema capitalista.
Este, no entanto não é um conceito tão simples quanto possa parecer à primeira vista, isso porque o próprio Marx, aos poucos, foi percebendo que muitos destes valores não eram grandezas concretas e absolutas, mas sim passiveis de muita variabilidade indo de uma sociedade para a outra.
Por exemplo, foi possível constatar que os valores do trabalho não eram reduzidos ao valor de sobrevivência, mas que em cada sociedade ele agregava valores de costumes e culturais, dessa forma, na França, por exemplo, esse valor levava em conta que era algo impraticável esperar que os operários contentassem-se em viver sem seu vinho.
Sabe-se no entanto que, invariavelmente, os valores atribuídos ao trabalho e mesmo a todo processo de produção eram absurdamente inferiores ao valor cobrado pelo produto final, gerando dessa forma lucros exorbitantes para o capitalista, o dono dos meios de produção. E assim é até hoje, fazendo com que não seja difícil perceber, mais uma vez, a alienação do trabalho. Os honorários obtidos por um trabalhador de linha de montagem de automóveis pode sim suprir suas necessidades de sobrevivência, no entanto, dificilmente dará a esse operário acesso pleno ao produto final de seu trabalho.

A Mais-valia ABSOLUTA e RELATIVA

Além de todos esses fatores, Marx conseguiu perceber outras formas adotadas pelo capitalistas para ampliarem suas margens de lucro. Uma vez pago o salário de mercado pelo uso da força de trabalho, não raro são os casos em que eles valem-se de estratégia como ampliação da jornada de trabalho, mantendo, no entanto o valor pago numa constante invariável, embora a produção seja aumentada. A isso Marx chamou mais-valia-absoluta.
A mais-valia relativa remete para o aumento da produtividade através de processos tecnológicos avançados. Isso significa que novas máquinas melhoram o processo de produção, sendo que é possível produzir mais bens em menos tempo, aumentando o lucro. Desta forma, o salário do trabalhador fica pago em ainda menos dias.

As duas mais-valias conferem lucro aos empregadores através de formas diferentes: a mais-valia absoluta através da extensão das horas de trabalho (mantendo o mesmo salário), enquanto a mais-valia relativa reduz o valor da força de trabalho.

Centro Educacional 06 de Ceilândia – CED 06
Disciplina: Sociologia – Professora: Alessandra Araújo

Organização Social e modos de produção – Parte II

Modo de produção = forças produtivas + relações de produção
O conceito de modo de produção resume claramente o fato de as relações de produção serem o centro organizador de todos os aspectos da sociedade.
Ao viverem em sociedade, as pessoas participam diretamente da produção, da distribuição e do consumo de bens e serviços, ou seja, participam da vida econômica da sociedade. Assim, o conjunto de indivíduos que participam da vida econômica de uma nação é o conjunto de indivíduos que participam da produção, distribuição e consumo de bens e serviços. Ex: operários quando trabalham estão ajudando a produzir, quando, com o salário que recebem, compram algo, estão participando da distribuição, pois estão comprando bens e consumo. E quando consomem os bens e os serviços que adquiriram, estão participando da atividade econômica de consumo de bens e serviços.
Ø  Modo de produção primitivo: O modo de produção primitivo designa uma formação econômica e social que abrange um período muito longo, desde o aparecimento da sociedade humana. A comunidade primitiva existiu durante centenas de milhares de anos, enquanto o período compreendido pelo escravismo, pelo feudalismo e pelo capitalismo mal ultrapassa cinco milênios.

Na comunidade primitiva os homens trabalhavam em conjunto. Os meios de produção e os frutos do trabalho eram propriedade coletiva, ou seja, de todos. Não existia ainda a idéia da propriedade privada dos meios de produção, nem havia a oposição proprietários x não proprietários.

As relações de produção eram relações de amizade e ajuda entre todos; elas eram baseadas na propriedade coletiva dos meios de produção, a terra em primeiro lugar. Também não existia o estado. Este só passou a existir quando alguns homens começaram a dominar outros. O estado surgiu como instrumento de organização social e de dominação. 

Ø  Modo de produção escravista: Na sociedade escravista os meios de produção (terras e instrumentos de produção) e os escravos eram propriedade do senhor. O escravo era considerado um instrumento, um objeto, assim como um animal ou uma ferramenta. Assim, no modo de produção escravista, as relações de produção eram relações de domínio e de sujeição: senhores x escravos. Um pequeno número de senhores , também explorava a massa de escravos, que não tinham nenhum direito. Os senhores eram proprietários da força de trabalho (os escravos), dos meios de produção (terras, gado, minas, instrumentos de produção) e do produto de trabalho. Na SOCIEDADE ANTIGA, a relação de escravidão era ligada à conquistas territoriais e os senhores eram também conhecidos como “cidadãos”.

Ø  Modo de produção feudal: A sociedade feudal era constituída pelos senhores x servos. Os servos não eram escravos de seus senhores, pois não eram propriedade deles. Eles apenas os serviam em troca de casa e comida. Trabalhavam um pouco para o seu senhor e outro pouco para eles mesmos.

Num determinado momento, as relações feudais começaram a dificultar o desenvolvimento das forças produtivas. Como a exploração sobre os servos no campo aumentava, o rendimento da agricultura era cada vez mais baixo. Na cidade, o crescimento da produtividade dos artesãos era freado pelos regulamentos existentes e o próprio crescimento das cidades era impedido pela ordem feudal.Já começava a aparecer às relações capitalistas de produção. 

Ø Modo de produção capitalista: O que caracteriza o modo de produção capitalista são as relações assalariadas de produção (trabalho assalariado). As relações de produção capitalistas baseiam-se na propriedade privada dos meios de produção pela burguesia, que substituiu a propriedade feudal, e no trabalho assalariado, que substituiu o trabalho servil do feudalismo. O capitalismo é movido por lucros, portanto temos duas classes sociais: a burguesia e os trabalhadores assalariados.

Ø Modo de produção socialista: A base econômica do socialismo é a propriedade social dos meios de produção, isto é, os meios de produção são públicos ou coletivos, não existindo empresas privadas. A finalidade da sociedade socialista é a satisfação completa das necessidades materiais e culturais da população: emprego, habitação, educação, saúde. Nela não há separação entre proprietário do capital (patrão) e proprietários da força do trabalho (empregados). Isto não quer dizer que não haja diferenças sociais entre as pessoas, bem como salários desiguais em função de o trabalho ser manual ou intelectual. A figura do Estado funciona como regulador da sociedade. Este não é dono dos meios de produção, mas é responsável por distribuir de forma igualitária os bens produzidos para o povo.
Conclusão: Para produzir os bens de consumo e de serviço de que necessitamos, os homens estabelecem relações uns entre os outros. As relações que se estabelecem entre os homens na produção, na troca e na distribuição dos bens são as relações de produção.
Nos últimos anos temos visto uma revolução tecnológica crescente e que tem trazido novos direcionamentos econômicos, culturais, sociais e educacionais à sociedade. A acelerada transformação nos meios e nos modos de produção, causada pela revolução tecnológica focaliza uma nova era da humanidade onde as relações econômicas entre as pessoas e entre os países e a natureza do trabalho sofrem enormes transformações.

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